domingo, 18 de maio de 2014

IV Ultra Trail de Sesimbra - 03 Maio 2014

Chegara finalmente o dia. Hoje ia correr uma Ultra Maratona, a minha primeira. Parecia que tinha passado uma eternidade desde o dia em que o Sílvio começara a semear a ideia. Mais de seis meses em que sem fazer exactamente uma preparação especifica mudei completamente o chip, puro estradista para um curioso dos trilhos. Hoje ia testar limites. Hoje ia sofrer. Hoje ia ser muito feliz...

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Muito antes de me inscrever nesta prova já andava a preparar a logística associada. A ideia sempre foi levar a família toda e aproveitar o fim de semana para conhecer Sesimbra. Embora já tivesse passado pela vila nunca a tinha efectivamente visitado. O problema é que organizar a estadia para 4 incluindo uma pulga eléctrica de 4 anos e um bebé de 5 meses não é nada fácil, ainda para mais que a minha adorada e muito prestável esposa teria que as aguentar durante todo o dia da prova...

Sesimbra é adorável e com o tempo que apanhámos parecia uma estância balnear de luxo. A família gostou muito do hotel, principalmente da piscina...
Vista da piscina do Hotel no 6º andar...
Ás 6:30 saio da cama e vou silenciosamente preparar-me. E aqui começam as indecisões... levar a tshirt de compressão ou uma tshirt mais leve, levar o boné ou a badana... Com tantas indecisões demoro demasiado tempo e chego ao pequeno almoço já atrasado. Como se não bastasse esqueço-me do dorsal no quarto. Corrida hotel acima e stress pré-prova... Nada bom.

Já com o estômago mais confortado dirigimo-nos para a zona da partida. Acabámos por chegar com bastante tempo e ficámos ali na conversa a apanhar o sol da manhã. Mais tarde iríamos querer fugir de tanto sol mas às 7:30 estava a saber bem! Encontrámos várias caras conhecidas de Monsanto e de outras aventuras. Eu fui surpreendido por dois colegas do trabalho que não sabia que também andava nestas coisas.
Sim, sorriam para o Sol que mais tarde logo choram...
Depressa percebi que ia haver confusão com a partida. Como cheguei de véspera fui logo levantar o dorsal na sexta à noite e, mesmo com tempo, não foi fácil chegar desde a praia até ao local da entrega dos dorsais que ficava na recepção do Hotel do Mar. Quem ia levantar os dorsais no dia tinha logo uma longa e stressante caminhada para aquecer. Acabámos por sair com 10 min de atraso.

Na entrada para o "garrafão" da partida são verificados os equipamentos obrigatórios. Eu não estava à espera que a verificação fosse tão minuciosa e fiquei um pouco atrapalhado. A malta começa a amontoar-se e a adrenalina começa a bombar. Contagem decrescente e lá começa a epopeia!
3, 2, 1... Vamos a isto que os 52km não se correm sozinhos.
O primeiro km, em alcatrão e com as pernas frescas é uma beleza. Uma pessoa tenta não se entusiasmar mas entre a adrenalina e o instinto de rebanho lá vamos nós em torno dos 5'30/km. Mas depressa chegamos à primeira subida, e embora seja perfeitamente corrivel começa o jogo a que chamo: não vou ser o primeiro a andar. Quando sabemos que já devíamos ir a passo mas porque toda a gente à nossa volta ainda corre, corremos mais um pouco.
"Primeira subida" ou "Vamos lá ver quem começa a andar primeiro..."
Depois da experiência de Almourol, o nosso plano era simples: sempre que inclinasse por muito pouco que fosse passaríamos a andar. Nas descidas e em terreno plano correríamos. O problema é que nos primeiros 20km, terreno plano era algo muito escasso.

São 20km em que perdi a conta às arribas que descemos e tornámos a subir. A progressão era difícil e algumas vezes perigosa. Na minha memória ficou uma descida em que tinham espalhado gravilha grossa e mesmo assim parecia que estávamos a fazer ski... Curiosamente nunca tivemos de esperar para ultrapassar obstáculos, o número de atletas reduzido e o facto de irmos já bastante espaçados facilitou a passagem. Era-mos um enorme carreiro de formigas coloridas.
Sempre ladeados de grande paisagens seguíamos o carreiro colorido.
Arriba acima...Arriba abaixo...
Passámos no 1ª abastecimento, só de água, sem parar e seguimos directamente para o 2º no 9km. Este abastecimento, como de resto em todos, tínhamos um autêntico banquete à nossa espera, com muita variedade e quantidade e a simpatia dos voluntários. Acabei por não tocar na comida que levei. Ficámos neste abastecimento cerca de 5 minutos.

A minha estratégia para esta prova em termos de abastecimentos era simples: manter a bolsa sempre cheia de água, levar uma garrafa com isotónico que enchia em cada abastecimento, beber o máximo que conseguia no local e comer sempre uma banana temperada com um pacote de sal. Muito sal comi eu neste dia, perdi a conta aos pacotes mas a verdade é que não tive caimbras! :)
O 2º Abastecimento: vai uma banana com sal? :)
Mal deixámos o abastecimento encontrámos a descida mais vertical e perigosa de toda a prova. Perdemos quase 100m de altitude em pouco mais de 120m. Grande parte da descida era constituída por gigantescos degraus em que era necessário a utilização dos 5 apoios! Sempre ladeados por um muro de cimento com uns postes que ajudavam a dissipar alguma velocidade. Foram 6 minutos muito tensos em que a concentração tinha de ser total. E no último metro de descida os pés do Sílvio falham e caí com o 5º apoio no chão. Na altura pensei que tivesse sido apenas um susto, uma vez que queda tinha sido para trás e devido à inclinação o terreno estava logo ali. Só uns metros mais à frente é que me mostrou os braços e vi que as feridas não tinham bom aspecto...
A meio da "descidinha" junto ao muro, esta parte já estava...
Só faltavam esta...
Já me tinha apercebido que a malta de Monsanto costumava imprimir o perfil vertical da prova com a indicação dos abastecimentos para levar no dia, e por isso decidi também eu fazer o mesmo. E o jeito que aquilo deu! Muitas foram as vezes que o consultámos, qual oráculo divino, e nos ajudou a manter a motivação para chegar até ao próximo abastecimento. Nesta fase fizemo-lo várias vezes... As feridas do Sílvio teimavam em não estancar e precisavam de ser tratadas urgentemente. Foi a primeira fase negra da prova.

Continuámos sempre junto ao mar ao sabor das arribas. A disposição não era a melhor mas lá animámos um pouco quando começámos a ver o farol a aproximar. Sabíamos que a parte mais técnica da prova ficava nos primeiros 20km e que o Espichel marcava o seu fim.
Promontório do Cabo Espichel de um ângulo diferente.
3º abastecimento, 16km, 3 horas. Até aqui as minhas previsões de tempo ainda estavam correctas...
Bem junto ao farol, no 16km e com 3 horas de prova, encontramos o 3º abastecimento. Mais do mesmo e vá de sal para o bucho. E aqui surge, para mim, uma falha da organização que de resto esteve impecável. O Sílvio precisava de limpar e estancar as feridas e, embora estivessem inclusive bombeiros no local, não havia material de primeiros socorros. Lá limpou o melhor que pode com água mas uma das feridas estava difícil de estancar. Ficámos neste abastecimento cerca de 6 minutos.


Com o abastecimento e o terreno mais rolante o espírito do Sílvio melhorou um pouco e conseguimos fazer 2km sempre a correr, o 19km foi inclusive o km mais rápido de toda a prova. Com os caminhos mais largos começaram a ser possíveis as ultrapassagens, e sempre que nos cruzávamos com alguém lá trocávamos umas palavras de incentivo. Foi muito divertido porque às tantas as caras eram sempre as mesmas, ora passávamos nós, ora éramos ultrapassados e nos abastecimentos voltávamos a baralhar as posições.
A passagem pelo Santuário, com alguma pena o caminho não era pelo interior mas por um caminho lateral. 
Aqui em plena confraternização com um casal muito animado  (foto de Ricardo Taxa).
E ao 20km encontrámos a variável inesperada e que veio complicar as nossas contas e as nossas pernas: Areia. Não é que eu tivesse preparado esta prova até à exaustão, mas li alguns relatos e vi alguns vídeos e em nenhum constatei que teria de ir preparado para atravessar um deserto! Começou devagar. Uma subida de areia fina aqui, um planalto acolá. Aqui ainda tentámos correr mas depressa percebemos que era um esforço inglório.

Depois de mais uma descida a pique chegámos a uma lage de pedra enorme ao nível do mar. Seguimos sobre a lage até que alcançamos uma praia deslumbrante, a Praia da Foz, onde se encontrava o 4º abastecimento no 24km. Alguns brincavam com a ideia de ir dar um mergulho enquanto outros efectivamente o concretizaram.
A linda e escondida Praia da Foz.
Com quase 4h30 de prova a minha previsão já estava a falhar (a previsão era 4h), mas ainda acreditava que seria possível recuperar. Felizmente neste abastecimento para além de todos os mantimentos que precisávamos (vá de banana com sal) e da simpatia dos voluntários, e embora não existisse mala de primeiros socorros, um dos voluntários tinha uma bisnaga de betadine. Foi o júbilo, enchemos os estômagos, o Sílvio tratou das feridas e o optimismo voltou em força! Devido às acções de enfermagem levámos 11 minutos neste posto.
Agora é que é, abastecidos e tratados vai ser sempre a bombar... ou talvez não...
Mas o optimismo esmoreceu rapidamente... O troços de areia são cada vez mais frequentes e a progressão cada vez mais lenta. E quando pensávamos que a coisa não podia ficar pior, no 26km, chegamos à praia do Meco e começa um calvário de areia. As marcações levam-nos pelo sistema dunar do Meco. Sempre a passo os km parecem que não passam. Os pés cheios de areia e às 13h da tarde o Sol começa finalmente a incomodar-me.
A famosa Praia do Meco que será sempre por mim recordada como a Infame Praia do Meco.
Este é para mim o troço mais complicado, quando a cabeça começa a acumular dúvidas. Lembro-me de pensar: "Marathon des Sables, Jamais!" e começar a rir sozinho :)

O martírio prolonga-se até ao 30km onde encontramos finalmente o 5º abastecimento sob a sombra de uns pinheiros, qual oásis no deserto. Foram 1h10m para percorrer pouco mais de 6km.
Deserto? Não, é apenas o sistema dunar do Meco...
Areia e mais areia numa sucessão capaz de arruinar os espíritos mais optimistas. 
Este abastecimento parecia uma zona de guerra. Havia gente sentada pelo chão por todo o lado a tirar a areia dos sapatos ou simplesmente a descansar à sombra. A minha prioridade foi retirar a tonelada de areia que tinha nos pés, até porque, assim descansava um pouco. Só depois fui para a mesa da comida e para minha surpresa este abastecimento era ainda melhor que os anteriores. Comi uma sandes de paio que me soube a ginjas. Neste posto vimos muita gente a desistir, nunca antes tinha visto tanta gente a desistir simultaneamente e foi algo desanimador. Ficámos neste abastecimento durante 15 minutos...

Mesmo antes de deixarmos o posto deu-me aquela sensação de faltar alguma coisa, mas não me consegui lembrar. Era tirar fotos! A partir das dunas a máquina foi para o bolso e foram muito escassas as vezes que saiu.

Já a caminho tentei telefonar à minha mulher. Tinha-lhe dito que deveria levar umas 8h (hahaha) mas neste ponto (30km com  5h45 de prova) era evidente que tal não iria acontecer e queria deixa-la mais descansada. Mas entre ela não atender à primeira e a ausência de rede acabei por não conseguir falar.
Sem dunas  mas ainda com muita areia...
Deixámos finalmente a praia para trás mas não a areia... Os km's seguintes foram "andados" pelo pinhal entre a praia e a aldeia do Meco. Embora o caminho fosse sobretudo por estradões, na maior parte das vezes a areia era tanta e as forças poucas para se efectivamente correr.

Por esta altura o Sílvio começa a ficar com algumas dificuldades e foi-se abaixo psicologicamente. Eu bem tentava animar e dizer umas graçolas, mas a coisa estava a ficar bastante negra. Numa das minhas tentativas recordei a altura em que nos conhecemos no desafio para comemorar o seu 31º aniversário e disse que teríamos de tirar uma foto quando chegássemos ao 32km para fazer a comemoração deste ano! 
Não sei se dá para perceber mas estamos a fazer um 32 com as mãos...
A cada km que passava via o Sílvio a ficar mais em baixo e temi que ele ficasse no próximo abastecimento.

E eis que, com 7h de prova e 37km, no meio do caminho vimos uns pinos coloridos no chão. Ao principio pensei que fossem marcações de uma outra prova, mas depois oiço chamarem por nós e vimos o 6º abastecimento debaixo de um telheiro.

Este sim era um verdadeiro abastecimento reforçado, com canja, sandes e tudo mais. Dirijo-me imediatamente para a canja e pergunto ao Sílvio, que entretanto se tinha atirado para o chão, se também queria. E aquela canja para além de salgada (como se quer!) também devia ser mágica porque de um momento para o outro o Sílvio arrebita e está pronto para a acção. Ficamos no posto durante 22 largos minutos mas valeu bem a pena! Voltei a comer umas sandes de presunto divinais e deu ainda para refrescar junto de uma torneira que existia no telheiro. Estávamos prontos para a próxima etapa. Os voluntários informaram que o próximo abastecimento seria na Pedreira.
A caminho da Pedreira numa espécie de trote...
Com novo fôlego e o Sílvio com equipamento lavado, retomamos o caminho. Continuamos nos estradões durante mais uns km's, mas estes vão tendo progressivamente menos areia e tornado-se mais corriveis. Infelizmente as pernas não permitem grandes aventuras e nesta fase só é possível ensaiar um trote ligeiro quando a inclinação assim o permite.

Antes de regressarmos à serra passamos ainda por um lindo morangal. Que seria ainda mais lindo se eu não tivesse visto que, no fim do mesmo, teríamos que passar um pequeno mas impossível de evitar riacho... Depois de tanta areia nunca me passou pela cabeça que ainda teria de molhar os pés... Como sabem eu "adoro" correr com um saco de água em cada pé, que é no que se transformam as minhas sapatilhas quando tal acontece... Mas eu prometi que nunca mais me queixava e por isso todo este parágrafo não é uma queixa.
O lindo morangal imediatamente antes do infame riacho...
Perto do 40km quase nos enganávamos no caminho. Íamos uns 50m atrás de uns atletas e numa mudança de direcção eles continuam em frente e eu ia segui-los. Felizmente o Sílvio ia atento e evitámos o engano. Eu bem gritei aos outros atletas mas não sei se me terão ouvido. Neste aspecto a organização também esteve irrepreensível, as marcações estiveram sempre impecáveis.

O terreno voltou a ficar mais pedregoso e regressámos à serra entre o Espichel e Sesimbra. O terreno não permitia grandes aventuras mas depois do desespero de areia parecia uma pista de tartan. A cada km suspirávamos pela pedreira... E depois de uma descida quase vertical (na realidade até nem era assim tão íngreme mas no estado em que estavam as minhas pernas e a miufa que tenho das descidas parecia-me uma pista de saltos de sky) chegámos finalmente à entrada da Pedreira e ao 7º abastecimento.

Neste abastecimento voltámos a ver alguns atletas a desistir, mas ao Sílvio parece que lhe dão uma injeção de optimismo. Fazemos o abastecimento mais rápido até aí e em 3 minutos estamos a sair. 
Não, não me teleportei para outro planeta, é mesmo ali ao lado de Sesimbra.
Ao entrar na pedreira parece que estamos a entrar noutro mundo. É impossível não admirar a magnitude do local mas não deixa de ser um contraste demasiado berrante com o cenário de reserva natural por onde tínhamos deambulado até ali.

O Sílvio começa a ficar cada vez mais eufórico e só grita "Já cheira a Meta! Já cheira a Meta"". Na realidade estávamos a menos de 1km em linha recta da meta mais ainda teríamos que palmilhar mais 6km até lá chegar. Contagiado pela alegria do Sílvio telefono de novo à minha mulher para dizer que estávamos quase a chegar, mais 30m segundo o Sílvio... Obviamente levámos mais de 1h, afinal ainda faltava conquistar o último obstáculo, o Castelo.
Sempre com o objectivo à vista!
À medida que o tempo passa e o Castelo não há meio de aparecer, as baterias do Sílvio voltam a ficar em níveis críticos. Já tinha lido bastante sobre esta subida e sabia que, embora fosse íngreme, era relativamente curta. Só era preciso não desmotivar e, acima de tudo, não parar! Tomei a dianteira e coloquei um passo certo mas agressivo e gritando incentivos lá escalámos até ao Castelo.
Vamos lá! Já vejo o portão!
No largo do Castelo encontramos o 8º e último abastecimento. Mais parco mas com o essencial nesta fase da prova, água. Dois dedos de conversa com os voluntários e ala que se faz tarde e agora vai ser sempre a descer. Voltámos a gastar 3 minutos neste posto.
Agora é sempre a descer!  "Isto agora é como em Monsanto!"
Saímos do Castelo por uma porta nas traseiras e embrenha-mo-nos nuns single tracks pelo meio de uma floresta. O Sílvio, novamente cheio de motivação grita: "Isto agora é como em Monsanto!". O facto de irmos a descer, à sombra e com fome de meta dá-nos a energia para colocar um ritmo mais vivo.
Voando a "alta" velocidade pelo trilho que a imagem até fica desfocada.
Depois do que me parece uma eternidade chegamos finalmente à vila. Ainda ficamos ali uns segundos sem saber exactamente por onde é o caminho mas alguém nos grita que é pelo passadiço da praia. 

Um mar de emoções passam pela minha cabeça ao correr naquele passadiço. Tínhamos conseguido! Íamos acabar a nossa primeira ultra, uma verdadeira prova de equipa. Depois de 9h40 a torrar ao Sol o espírito tinha ganho sobre o corpo. Sem termos combinado agradecemos um ao outro esta aventura e felizmente captei esse momento que resume o espírito desta equipa.
Já está! Obrigado Sílvio!
Última curva e a meta está a dezenas de metros. De entre a multidão a minha filha desata a correr em minha direcção e recebe-me como um herói. Dou-lhe a mão e corremos juntos os últimos metros da prova. Mas no último segundo dá-lhe a vergonha e volta para a mãe que com o rebento mais novo espera por mim junto à meta. Segundo ela teve vergonha que o senhor dissesse o seu nome e pensasse que tinha feito a prova.
Papaaaa, Papaaaa!
Foi de longe o meu maior desafio até agora. Quer pelo record de distância, 52km, record de tempo, 9h40, quer pelas condições atmosféricas, com um dia abrasador. No final a minha tshirt estava branca, tal era a quantidade de sal que tinha transpirado. Começaram esta prova 244 atletas, mas na classificação final figuram apenas 186, sendo que terminei na 147ª posição. Sozinho muito dificilmente teria conseguido terminar e quero deixar aqui o meu muito obrigado ao meu grande companheiro pela companhia, motivação e espírito de superação com que me contagiou. Curiosamente, ao contrário de Almourol, em nenhum momento tive as habituais questões filosóficas do tipo "que estou eu aqui a fazer" ou "não tenho vida para estas distâncias". Acho que fiz as pazes com as ultras... :)
SOMOS ULTRAS!
O último parágrafo deste "curto" relato é dedicado à minha família. Principalmente à minha mais que tudo, que atura esta minha pancada e, com uma paciência infinita, segue-me nestas aventuras. Obrigado são a minha alegria.

 PS- Se chegaram a este ponto já perceberam que para além de ter ficado super entusiasmado e querer recordar todos os pormenores desta aventura, desta vez tenho montes de fotografias! O motivo e um video todo catita podem ser vistos aqui.


15 comentários:

  1. Parabéns Rui! Grande post com imensos pormenores! Obrigado pela companhia, pela força, pelo apoio e por mais uma grande aventura! Novos voos nos esperam! Um abraço

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    1. Obrigado Sílvio, não queria deixar nada de fora, mas os últimos km's ficaram um pouco nublados na minha memoria... Sintra vai ser muito mais fácil! :) Pensamento positivo!
      Abraço.

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  2. Muitos parabéns Rui e Silvio, excelente prova e determinação, costumo acompanhar os vossos blogs mas não sabia quem eram até vos ver nos 'Esquilos' :)

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    1. Obrigado António pelos elogios! Um abraço

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    2. Obrigado António! Foi uma prova de superação. Até ao próximo treino à Hora do Esquilo!
      Abraço.

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  3. Espetacular, muito bem Rui! Grande post! Mais uma vez, valeu a pena a espera eheh Só consigo imaginar aquele suplicio na areia.. Uma pessoa já vai pronta para desmoralizar com subidas e descidas difíceis, agora quando tens quilometros de terreno plano à frente e não consegues correr...

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    1. Obrigado Filipe. Eu já sou muito lento a escrever mas desta vez tinha mesmo muito que queria deixar registado para mais tarde recordar. E o facto de ter as fotos ajuda a puxar assunto! :) A areia é tão exasperante como a lama, uma pessoa anda anda e os km parece que não passam.
      Então já pensaste em mudar a inscrição de Sintra? :P
      Abraço.

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  4. Grande Post, grande prova, Ultra Parabéns!!! Espectáculo, grande prova de superação....qual a próxima loucura?
    Aiiii...calor...nem quero pensar nisso....sabes que me meti numa prova para o dia 13/7 com 60km e mais de 4.000m D+??? Uiii....vou levar um barril às costas.....e espero que não tenha areia, pq isso de andar pelo deserto tb não é para mim :)
    Aquele abraço

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    1. Obrigado Carlos. A próxima é em Sintra a 19/07 e acredito que vai ser muito mais fácil e com menos calor... (pensamento positivo para ver se pega...) :)
      Por acaso foi uma coisa que não referi no post mas fiquei uma vez sem água, lição para as próximas encher sempre o camelback mesmo que pareça que ainda tem suficiente!
      Grande abraço!

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  5. Espectáculo Rui! Muitos parabéns!
    É brutal ver o vosso espírito de camaradagem.
    Fazer 52 km com o calor que estava...grandes atletas!
    Beijinhos

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    1. Obrigado Isa! Fazemos mesmo uma grande equipa e com companhia tudo se torna menos impossível.
      Espero que já estejas recuperada da tua dose de calor e empeno! Boas corridas!
      Bjnhs.

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  6. Parabéns pela prova e pelo post, muito bom! Até já estava a suar só de ler o relato! Ihih :) Fantástico!
    Beijinhos

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    1. Obrigado Rute. Ler este post é efectivamente uma prova de fundo... :)
      Boas corridas e continuo à espera de te ver num treino dos esquilos! :) Agora com o verão já nem é preciso frontal!
      Bjnhs.

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  7. Muitos, mas muitos parabéns! Que belo Ultra!

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