sexta-feira, 27 de maio de 2016

Ultra Trilhos dos Abutres - 30 Janeiro 2016

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Sim, estou a publicar este post quase 4 meses depois da prova. Até para os meus parâmetros é muito tempo. A verdade é que já tinha grande parte deste texto escrito à algum tempo, mas não me apeteceu publicar. Queria fixar esta memória com um último paragrafo de esperança e optimismo. E este fim de semana, no regresso aos trilhos em Sintra, consegui finalmente escrever esse final...
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Os Abutres não querem, definitivamente,nada comigo. Mais um ano, mais uma prova, mais um DNF...

Terá sido a prova que comecei com mais receio, medo até. Depois da experiência do ano passado, tudo me acagaçava, e, ainda não estando completamente recuperado dos entorses crónicos do pé esquerdo, o receio de ficar pelo caminho era bem fundado. Mas nenhum dos cenários de tragédia e horror que pintei nos dias anteriores me poderia preparar para o que me aconteceu naquela fatídica prova.
A foto que já é um clássico em Miranda do Corvo...
A coisa até começou bem. A chuva e mau tempo deram uma trégua e seria quase impossível ter melhores condições meteorológicas. Saímos de véspera, como o ano passado, e ainda deu para irmos comer uma chanfana no restaurante do costume. Parecia que Monsanto se tinha mudado para Miranda do Corvo, tantas eram as caras conhecidas. A excitação era tamanha que desta vez a noite no solo duro foi quase em branco, mas às 8 horas em ponto estávamos prontos para mais uma aventura. No meu caso, micro aventura.

É curioso como podemos passar dias, semanas até meses sem que nos aconteça nada que verdadeiramente mereça registo na nossa memória. E depois, no espaço de um segundo tudo pareça que vai desabar em cima nas nossas cabeças.
Ainda no inicio. Como sei? Ainda estou a correr...
Comecei a prova como no Vicentino, sem me preocupar em seguir ninguém e com super cuidado onde metia os pés. Quis o destino que por acaso não tenha andado muito longe de alguns dos elementos da pandilha. E foi o que me valeu quando aos 30 minutos de prova e ao tocar do 5km, cai. No exacto momento em que bato no chão sei que a minha prova acabou ali, e as primeiras lágrimas são pela frustração de mais uma vez ir ficar pelo caminho, as seguintes já são mais físicas...

As quedas são geralmente estúpidas, mas esta foi particularmente idiota. Ainda quase dentro de Miranda, num acesso de cimento algo inclinado a umas garagens, sinto alguém a escorregar nas minhas costas, olho para trás sem parar e quando estou  com o corpo torcido escorregam-me ambos os pés e caio completamente de lado sobre o braço direito e a testa.
Segundos após a queda já com o Miguel a dar os primeiros socorros.
Não me lembro de exactamente tudo o que se passou a seguir, mas lembro-me de, ao me ajudarem a endireitar, o braço ficar pendido e ter aquela horrível sensação de na nossa cabeça o braço estar numa determinada posição e quando olhamos está completamente noutra... E claro, depois sentir o osso a mexer dentro do bicipede...

Felizmente tínhamos acabado de passar por um jipe da organização e, com a ajuda preciosa do Miguel Serradas, lá fizemos os 400m em sentido contrário. Aqueles metros terão sido das coisas mais angustiantes que alguma fiz em provas. Entre as dores, a interiorização que a prova tinha acabado e o passar em sentido contrário por centenas de atletas... Mais uma vez valeu o Miguel que qual GNR num local de acidente, exortava o pessoal seguir: "Tá tudo bem, nada aqui para ver."

Entregue ao pessoal da organização lá convenci o Miguel a continuar, e foi com grande alegria que ao final do dia fiquei a saber que tinha terminado. Fui rapidamente transportado para o Hospital de Coimbra e depois de algumas situações caricatas lá tive o diagnóstico, fractura do úmero. Quando dei entrada na urgência não devem ter acreditado que tinha o braço partido e devido ao corte no sobreolho mandaram-me para a cirurgia estética. Depois do que na altura me pareceu uma eternidade,  fui atendido por uma estagiária, que, após estar 5 minutos a olhar para mim sem saber muito bem o que fazer decide auscultar-me. Os meus gritos de "PODE CORTAR! PODE CORTAR" quando ela me tentava despir o corta-vento devem ter chamado a atenção de um médico mais sénior que de imediato mandou darem-me uma injecção para as dores e levar-me para o raio-x. No raio-x, as técnicas ficaram muito preocupadas com uma massa muito densa que tinha no peito... Nota, quando forem tirar raios-x lembrem-se de tirar a banda cardíaca... Quando finalmente chego à ortopedia e começam a engessar-me o braço fico aliviado, até me explicarem que devido à localização da fractura terei de ser operado e que o gesso é só para me imobilizar.
Chamemos-lhe "Nu com gesso e calções de compressão"
Mas a minha "ultra" ainda estava a começar. Foram precisas mais de 12 horas, 3 hospitais e outras tantas ambulâncias para finalmente chegar ao local onde, 3 dias depois, viria a ser operado. E digo já, que passar um dia à espera, deprimido, com dores, em tronco nu, vestido apenas com calções de compressão e sapatilhas enlameadas nos corredores de hospitais testa a paciência de qualquer um.

A operação correu bem e devo ter saído com mais juízo pois ganhei 12 novos parafusos, para além de uma cicatriz sexy de 30cm. Nunca tinha estado hospitalizado mas a verdade é que fui muito bem tratado no Hospital de Sant'ana na Parede.
Não, não tenho uma centopeia agarrada ao osso, é mesmo uma placa e 12 parafusos!
Os últimos meses têm sido de recuperação e embora só tenha estado "parado" 6 semanas foi o suficiente para perder completamente a forma. Só para terem uma noção, nessas 6 semanas, sem praticamente sair de casa e a comer como se tivesse uma dispensa na divisão ao lado, perdi 4kg... Os pouquinhos músculos que tinha evaporaram-se. A primeira corrida que dei pensei seriamente que o coração me ia saltar do peito, a correr a mais de 5min/km, no passeio marítimo...

Este reset forçado acabou também por proporcionar um descanso à cabeça. A verdade é que desde que comecei a correr, em 2010, nunca tinha estado parado mais que alguns dias. Vou dizer uma blasfémia, mas tem sabido tão bem ficar na cama ao Domingo de manhã... (pelo menos até a Mafalda acordar às 8h da manhã, é a loucura). Durante este tempo fiquei-me pelo alcatrão, aumentado muito progressivamente o ritmo mas muito raramente saindo da zona de conforto.

A semana passada fui à última consulta de acompanhamento da cirurgia e o médico deu-me "alta"! Ok, o osso está consolidado mas a recuperação total irá levar meses, pelo que tenho de ter juízo. Para comemorar fui para Sintra e nem me custou nada levantar às 6:00 de um Domingo. Foi muito bom voltar aos trilhos com os amigos. Claro que eles não tiveram este tempo a malandrar e após estar 2 horas a atrasa-los fiquei com um empeno nas coxas que até quarta-feira me obrigou a ficar na "zona de conforto".

Não sei o que se segue. Todas as provas em que estava inscrito ou tinha planeado realizar tiveram de ser canceladas. E a verdade é que por enquanto não estou nada ansioso de voltar a provas, estou bem a curtir a corrida com amigos.
Peninha - 22.05.2016



segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

III Trail Centro Vicentino da Serra - 10 Janeiro 2016

Foi ÉPICO!
Porque consegui terminar e sem mazelas (de maior)... Se tivesse ficado pelo caminho se calhar teria escrito um amargurado trail duro e demasiado "extreme"... Mas poucas coisas superam aquele momento de glória, em que passamos por baixo do pórtico para uma sala cheia de sorrisos, depois de 7 horas de pensamentos algumas vezes(muitas) sombrios. E por isso foi Épico!
A melhor foto que tenho de corridas!
O ano passado este foi o trail que mais pena tive de não ter ido, principalmente depois de todos os relatos fantásticos que li. Pelo que, para 2016 estava no topo das minhas prioridades. E como nos dias que correm os trails esgotam mais depressa que bolinhos quentes, fiz questão de me inscrever mal abriram as inscrições. E foi uma autentica festa! Acho que nunca tinha ido a uma prova onde conhecesse tanta gente. Parecia que Monsanto se tinha mudado para Portalegre!
A partida ainda tudo muito fresco.
A organização esteve impecável e montou uma das melhores provas onde já participei. Não só pela prova em si mas também por todos os eventos paralelos que tornaram o TCVS numa autentica prova familiar. Quero evidenciar em particular dois que a família Soeiro teve o prazer de participar: o Vicentino Kids Night Run e o Autocarro de acompanhantes.
O primeiro foi um super sucesso e com uma ajuda preciosa de S.Pedro transformou o Jardim do Tarro num recinto de festa. Foi fantástico ver a alegria dos miúdos de frontal na testa a iluminar o jardim. A Margarida, na sua qualidade de "Traquina", adorou correr de noite por entre lama e canaviais. Segundo ela foi a melhor corrida em que já participou! E a entrega das medalhas foi simplesmente extraordinária! E o orgulho com que levou a medalha e o frontal no dia seguinte para a escola para mostrar aos colegas...
O Autocarro de acompanhantes, apesar da meteorologia adversa e de um ou outro desencontro de expectativas, foi também um sucesso ao colocar autenticas claques no meio da serra. Não só foi muito bom receber o apoio das minhas meninas no 2º PA, como assim puderam preencher uma boa parte das 7 horas que de outra forma teriam de ser passadas à espera no mercado.

Também a nível das lembranças esteve muito bom, com um dorsal indestrutível (tive inclusive de utilizar um corta unhas para o conseguir furar para o colocar no porta dorsal), uma boa tshirt de manga comprida muito colorida (mas afinal estamos a falar de malta que anda com "lenços" berrantes à cabeça só por que sim) para além de uma chávena de café da delta. No pack dos kids ainda tinham um frontal.
A atleta e o emplastro! (legenda por Liliana Eusébio)
Partida Lagarta Fugida!
Ambiente contagiante na recta final da prova dos traquinas!
Em relação à prova em si. Com marcações irrepreensíveis, aliado ao facto de à minha passagem existir sempre um rio de lama a indicar o percurso, era efectivamente difícil sair do trajecto. As placas "informativas" também estavam fenomenais, dando a sensação que a organização estava sempre connosco. É verdade que em algumas, principalmente para o final, só tinha vontade de esmurrar quem as escreveu... como por exemplo na "Amazónia Vicentina" ou "Uphill Vicentino"...
Passámos por bombeiros e pelo menos uma tenda da cruz vermelha. Vários voluntários ao longo do percurso, à chuva e ao frio, apenas para nos indicar o caminho, facilitar uma travessia de estrada ou até pular um riacho. Super prestáveis e simpáticos mesmo quando, já a evidenciar alguma saturação de lama entre os neurónios, perguntei algo brusco se faltava muito para o último abastecimento.
NÃO ESTÁS A OLHAR PARA O CHÃO! QUERES TORCER O PÉ?
Os abastecimentos estavam nos sítios certos e com o essencial e mais alguns mimos como o salame de chocolate (hummm) ou a boleima (hummmmmmm). A coca cola era coca cola e havia isotónico e água com fartura. Para a malta lenta, como eu, a sopa no último abastecimento terá sido demasiado tarde. Se tivesse no abastecimento anterior, onde o vento e o frio apertavam teria sido mais eficaz. Ali no 37km já se sentia o sabor da meta.

Em relação à minha prova, tentei acompanhar os menos rápidos da pandilha, mas depressa percebi que não tinha a forma e a técnica para os acompanhar. As condições meteorológicas muito agrestes transformaram os trilhos desde logo técnicos em verdadeiros escorregas de lama, e com o meu pé esquerdo ainda em recuperação passei os primeiros km's literalmente a olhar para o chão a contabilizar pedrinhas. Depois lá relaxei um pouco mas sempre a sacrificar a velocidade pela segurança. Para o meio e para não variar lá vieram as cãibras. Certinhas e direitinhas, ao 32km, primeiro a esquerda, depois a direita, obrigaram-me a umas paragens para alongamentos. Felizmente não voltaram a chatear mas fizeram-me (ainda mais se tal era possível) progredir cuidadosamente.
Quando ainda conseguia seguir com parte da Pandilha.
Em bendita hora decidi não levar os bastões. Tal como nos Abutres, com a minha inexperiência e o terreno agreste teriam sido praticamente inúteis, uma vez que era muito mais importante ter as mãos livres para agarrar o que fosse possível. E aqui surge mais uma grande inovação que levei para o TCVS, luvas! Depois de horas a procurar uma luvas para utilizar neste trails mais agrestes recebi uma dica fenomenal, luvas de trabalho, disponíveis em qualquer loja da especialidade (vulgo chinês) e por um par de euros. Com a zona da palma emborrachada protegiam ou mesmo tempo que garantiam a tracção necessária. Comecei a prova sem elas, mas à medida que ia subindo a serra o frio começou a fazer-se sentir, e graças à experiência do ano passado nos Abutres, reconheci logo os primeiros sinais de problemas e coloquei as luvas. E a verdade é que não voltei a ter as mãos trôpegas e os únicos arranhões com que fiquei foram feitos antes da entrada em cena das ditas.

Perdi a conta às quedas que dei. Felizmente sem consequências de maior, à excepção de uma mega escorregadela nas lajes da "Cordilheira Vicentina" em que ao rolar para me agarrar dei um jeito ao ombro direito que ainda me incomodou durante uns minutos. Depois lá passou e até agora não voltou a chatear.
"São elas, são elas!" O reencontro no PA2.
Os primeiros 14km foram espectaculares, do melhor que alguma vez corri em trilhos. Single tracks sem fim e paisagens deslumbrantes. A organização não se poupa a esforços para animar os atletas, desde palhaços, salamandras gigantes e até um sonoro grupo de índias. O terreno estava pesado, mas sempre corrivel. Apenas as longas filas de atletas diminuíam o ritmo. Lembro-me do Sílvio comentar que as minhas meias ainda estavam muito brancas... E claro, tudo fica mais extraordinário quando, no alto da serra, temos à nossa espera as minhas lindas flores.

Nos km's seguintes tudo começa a complicar. Tenho cada vez mais dificuldade em seguir a malta e no 3 PA, onde até havia café expresso embora eu não tenha bebido, digo ao Sílvio para seguir. A partir deste ponto, sem a motivação da companhia e efectivamente sozinho durante largos períodos, entro em modo de sobrevivência e reduzo ainda mais o ritmo.
"Pare, escute e aprecie a paisagem!"
A meteorologia esteve sempre muito agreste, mas no topo da serra chegava a meter um pouco de medo, com o vento a fazer um barulho ensurdecedor entre as árvores e a chuva a nos castigar completamente na horizontal.

No briefing inicial o Director de Prova bem tinha avisado para não esperarmos facilidades depois do 30km, e efectivamente não estava a minimizar a coisa. Pessoalmente não aprecio que as provas tenham muitas dificuldades no último terço. As pernas já não estão frescas e a cabeça já começa a saturar. Mas aquilo que apanhámos nos últimos 12km do TCVS foi um percurso muito exigente que com a intempérie se transformou num dos mais duros finais de prova que alguma vez fiz. Nesta altura, e até devido às cãibras sou ultrapassado por vários atletas, mas mesmo assim ainda ultrapasso outros, na sua maioria em dificuldades devido a quedas ou entorces. 
A empatar atletas desde 1980.
Durante estes km's muitas vezes a minha mente avança 3 semanas e pensa naquilo que irei encontrar na Lousã. Pergunto-me muitas vezes se fará sentido meter-me noutra reconhecidamente ainda mais dura quando estou em tantas dificuldades nesta. As comparações com os Abutres, na minha cabeça, foram muitas, e pelo que percebi depois não fui o único. Para mim a grande diferença entre o TCVS deste ano e os 30km dos Abutres do ano passado foi que, embora ambos tenham sido muito duros, aqui nunca encontrei situações estupidamente perigosas. A única coisa que me deixou um pouco mais esperançado para o final do mês é que consegui passar no PA dos 29km em 4h30, com alguma margem para a célebre barreira horária que irei ter que derrubar.

Nos últimos km's já só sonho com o mercado, e embora tenha de fazer ainda mais um trilho técnico a subir, acelero. Vejo Portalegre e entro num estradão, o meu coração rejubila com a ideia de o seguir até à cidade, mas não. Conseguimos ir quase até à porta do mercado por trilhos. Última rampinha e depois, finalmente, o mercado.
"Não tira os olhos do chão!" 10258 pedrinhas, 10259 pedrinhas...
A chegada do TCVS é apoteotica, mesmo para a malta do fim do pelotão. Subir aquela passadeira vermelha e celebrar ter completado mais uma grande prova. O José Presado estava na meta a receber os atletas e anuncia o meu nome no sistema de som, mas tudo o que quero é procurar as caras conhecidas que sei que ansiosamente me esperam. Vejo-as, sorrio, está tudo bem. 
Ainda recebo das mãos da Liliana a linda medalha também ela moldada por mãos especiais da CERCI de Portalegre.

Foram 7h10 de prova, teoricamente com 42km e 1700m D+ embora o meu relógio tenha perdido 1km e o D+ tenha ido até aos 2120m. Pelo que vejo no STRAVA a maioria dos atletas tem os 42km prometidos embora o D+ nos relógios com barómetro ande na casa dos 2100m D+.

Foi uma prova dura, muito mais dura do que estava à espera, obviamente muito devido às condições atmosféricas. Prefiro provas onde me posso focar mais no prazer da corrida do que no espírito de sobrevivência, mas é impossível não ficar rendido com o TCVS. Quer pelo percurso quer pela forma como fomos recebidos em Portalegre.

Queria agradecer à organização por me fazer voltar a acreditar em Ultra Trails. Agradecer também ao resto da Pandilha que me convenceu a inscrever e tanto puxam por mim, principalmente ao Pedro P. pela fantástica foto que tirou à família Soeiro. Aos inúmeros fotógrafos aos quais roubei as fotos que documentam este texto

Por fim queria agradecer à minha enorme Inês que ainda se deixa convencer em ir atrás de mim nestas coisas e que estoicamente aturou as duas pulguinhas, e desta vez com o bónus de um tratamento de criogenia no alto de S.Mamede.

Até para o ano Vicentino!

Os atletas e as medalhas equipados a rigor!
*********ACTUALIZAÇÃO*********
E o Pedro P. continua a supreender, para além de grande atleta e fotografo ainda teve disponibilidade para filmar e criar uma excelente recordação da prova.Também contribuiu para as filmagens outro grande atleta da pandilha o Miguel S.. Eu bem levei a máquina para Portalegre, mas depois não tive coragem para a levar... E sem mais demoras aqui fica o vídeo.